A crise no casamento é feito uma
doença, que se não cuidada de início, pode se agravar de tal modo que a relação
fica a beira da morte. Aquele casal que no namoro tinham tanta paixão, que
noivaram com tantos sonhos e que casaram com tanta certeza, em meio à crise só
conseguem se agredir com palavras e ações. Não encontram mais um elogio sequer
para dar ao outro! Em vez disso, estão prontos para a qualquer instante dar um
relato sobre todos os defeitos que o outro tem e todos os erros que cometeu, de
forma tão convincente, que quem ouve parece estar ouvindo sobre as ações de um monstro.
E uma pergunta tornar-se inevitável: Como vocês casaram um dia se essa pessoa é
tudo isso de ruim? É aí que o casamento
deixa de ser uma
partida de frescobol, aquele esporte praticado na praia com
uma bola e duas raquetes, cujo objetivo é não deixar de jeito nenhum a bola
cair, e onde os dois jogam juntos como uma equipe e vencem juntos... E começa a
se parecer com uma partida de tênis, cada um do seu lado, uma grande rede
dividindo tudo pela metade... Aqui é meu lugar e ali é o seu... Não pise na
minha linha e fique bem longe da minha área... Porque no tênis, o objetivo é
vencer o outro, criando situações difíceis e colocando a bola em lugares que o
outro não conseguirá chegar... E fico pensando se os filhos, às vezes, não
fazem o papel da inocente bola, recebendo as raquetadas com toda a força e jogados
de um lado para o outro... É por isso
que, nos meus devaneios, sonho com o dia em que tenhamos uma forma de no
presente, enxergarmos o futuro que nossas decisões e ações criarão... Ahh, se
no dia do casamento pudéssemos enxergar a crise futura... Porque na crise
conjugal, vários conselhos são dados, várias perspectivas são mostradas, mas os
dois só enxergam o lado ruim da relação, só desejam sair da partida
vitoriosos... E não como no frescobol onde os dois vencem, mas como no tênis,
onde vencer é derrotar o outro. Na crise, só é contabilizado os defeitos e
erros do outro, as perdas e as mágoas geradas... Os que antes eram NOSSOS filhos,
passam a ser MEUS filhos... E a casa e os bens que juntos conquistaram, passam
a ser a mesa que suportará a grande queda de braço das mesmas mãos que um dia
se entrelaçaram prometendo viver juntos na alegria e na tristeza; na riqueza e
na pobreza e na saúde e na doença... Até que a morte nos separe! Parece que
certo está a Bíblia quando diz que muito disso é por conta da DUREZA DO
CORAÇÃO!Fica em mim a esperança e o ensino que recebi do meu Arcebispo: Não existe um casamento tão quebrado que não possa ser restaurado e nem um casamento tão bom que não possa melhorar! Basta ambos acordarem pra isso! Que Deus abençoe nossas relações e nos livre de nós mesmos nos tempos de crise!
Rodolfo.
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